A naturalidade com que os ciclistas se integram ao trânsito nas cidades holandesas surpreende os visitantes de países que priorizam automóveis. Boa infraestrutura, investimentos em educação e leis protetivas alçaram a Holanda às primeiras posições em rankings internacionais de países mais amigáveis às bicicletas.
De acordo com o índice elaborado pela consultoria dinamarquesa de design urbano Copenhagenize em parceria com a revista Wired, por exemplo, três cidades holandesas - Amsterdã, Utrecht e Eindhoven - estão entre as cinco melhores do mundo para se pedalar. O estudo, que abrangeu 122 municípios com mais de 600 mil habitantes, avalia desde planejamento urbano até aspectos culturais.
Hoje, 34% dos deslocamentos de até 7,5km na Holanda são realizados por bicicletas, em comparação a 4% no Brasil. Mas nem sempre foi assim. Da mesma forma que em diversos outros lugares da Europa, o uso de bicicletas como meio de transporte sofreu um forte retrocesso na Holanda por volta das décadas de 1950 e 1960, quando os carros se popularizaram. Com a economia do país em expansão, os responsáveis pelas políticas de planejamento urbano das cidades holandesas passaram a privilegiar o automóvel, considerado à época o veículo do futuro e estratégico para o crescimento econômico.