Em julho de 2022, o litro do óleo diesel chegou a ser vendido, em média, por R$ 7,60 nos postos brasileiros, enquanto o da gasolina comum era comercializado por menos de R$ 6,00.
Os preços dos combustíveis são monitorados desde de 2004 pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Esta foi a primeira vez que o valor do diesel ultrapassou o da gasolina comum no levantamento.
A gasolina caiu no país após a aprovação de uma lei complementar que limitou a cobrança de ICMS, um imposto estadual, sobre os combustíveis, e com a redução de preços do produto por parte da Petrobras. O valor do diesel, contudo, não seguiu a mesma trajetória de queda. Na maioria dos estados, o percentual de ICMS sobre o diesel já era menor ou muito próximo do limite determinado pela lei aprovada (entre 17% e 18%).
Aqui no Brasil, a Petrobras adota uma política de paridade de preços com o mercado internacional para definir o preço dos combustíveis. O cálculo considera o valor do produto no mercado externo, o câmbio e custos logísticos, como frete marítimo, taxas portuárias e o transporte rodoviário até o destino, entre outros fatores.
Embora a estatal tenha aplicado duas reduções na gasolina em julho após quedas nos valores internacionais de referência para este combustível, no caso do diesel os preços seguem pressionados. O óleo é impactado pela guerra na Ucrânia, por causa de limitações de exportação da Rússia (grande produtora de diesel), e pelo aumento da demanda no hemisfério norte. Com a proximidade do inverno na região, cresce a demanda por diesel e gás como combustível para aquecimento.
O diesel é bastante utilizado no transporte de carga, por caminhões e trens, e no e de passageiros, por ônibus. Também é usado em máquinas agrícolas, como tratores e colheitadeiras, e na indústria, para aquecimento de caldeiras e funcionamento de geradores elétricos e motores.
O preço alto do diesel impacta, em última instância, outros produtos consumidos pelos brasileiros.