O preço do leite para os varejistas no Brasil disparou em 2022, chegando no atacado a uma média no ano de R$4,05 – 25,4% maior do que os seis primeiros meses de 2021. O valor atingido em 2022 é o maior de toda a série histórica, iniciada em 2005. O preço pago pelos varejistas é menor do que o pago pelo consumidor.
O preço mensal geralmente atinge seu maior valor do ano entre julho e agosto, devido à entressafra, período em que há menos pastagem para as vacas. A alta do dólar, a inflação elevada e a menor produção nacional comparada a anos anteriores também influenciam a subida no preço do leite.
A baixa produção de 2022 pode ser atribuída à estiagem que as lavouras do país enfrentam, prejudicando as safras de soja e milho, alimento das vacas leiteiras. As chuvas mais fortes em Minas Gerais e na Bahia também diminuíram a produtividade nesses estados.
Os fatores climáticos são afetados pelo fenômeno La Niña, em vigor no pacífico equatorial, que altera padrões climáticos por todo o continente americano. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) relata que aumentos nos custos da produção, como preços de insumos, também agem para elevar o preço do alimento, relacionando esses custos também à inflação, à alta da moeda norte-americana e ao conflito na Ucrânia.