O YouTube suspendeu o canal oficial da Assembleia Legislativa de São Paulo proibindo a publicação de vídeos e transmissões ao vivo por um período de sete dias. O motivo dessa punição foi o desrespeito à política de uso da plataforma ocasionado pela veiculação de "informações médicas incorretas" sobre a covid-19.
A notificação da suspensão, válida desde segunda-feira (27), aconteceu após o canal da Assembleia transmitir uma audiência na qual o deputado bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) exibiu o documentário “Lockdown, uma história de desinformação e poder”. O longa-metragem critica o uso de máscaras de proteção contra a covid-19 e relaciona a pandemia aos interesses financeiros da indústria farmacêutica.
Tanto o vídeo da audiência quanto o filme foram retirados do ar. A Assembleia Legislativa tenta liberar o canal antes do término do período de suspensão, mas ainda não obteve uma resposta do YouTube. Garcia criticou a medida da plataforma, classificando-a como uma censura "feita de maneira ditatorial e nojenta".
Essa não é a primeira vez em que o YouTube adota esse tipo de medida contra a desinformação. Casos semelhantes já aconteceram no Brasil e no exterior. Em abril, a plataforma suspendeu, também por 7 dias, o canal da Câmara Municipal de Goiânia por exibir informações falsas sobre a vacinação contra a covid-19. O perfil da Sky News Autralia recebeu a mesma punição por publicar um vídeo questionando restrições sanitárias tomadas pelas autoridades de Sydney durante a pandemia.
Em outubro de 2021, o presidente Jair Bolsonaro também foi penalizado após citar, durante uma de suas lives semanais, uma relação inexistente entre a vacina contra covid-19 e a aids. O vídeo da transmissão ao vivo acabou sendo removido.