Um terremoto de magnitude 5,9 na escala Richter atingiu o Afeganistão nesta quarta-feira (22) e deixou ao menos 1.000 pessoas mortas e 1.500 feridas. De acordo com as autoridades do país, o número de vítimas deve continuar a subir.
Segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos, o tremor ocorreu por volta de 1h30 da madrugada em uma região montanhosa no sudeste do país a uma profundidade de aproximadamente 10 km em um ponto cerca de 45 km distante da cidade de Khost, capital da província de mesmo nome. Poucos minutos depois, houve um segundo estrondo de magnitude 4,5 na escala Richter. Os dois terremotos também foram sentidos na Índia e no Paquistão, mas apenas o Afeganistão registrou mortes.
Uma das províncias que mais sofrem com os danos causados pelos tremores é Paktika. Segundo as autoridades de saúde locais, pelo menos 381 pessoas morreram e 205 ficaram feridas. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), no distrito de Gayan, localizado nessa região do país, cerca de 70% de todas as residências foram destruídas ou danificadas. O primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, declarou que está “profundamente entristecido” com a tragédia e disse que o governo afegão está trabalhando para dar apoio às pessoas atingidas pelo desastre.
O terreno montanhoso e a localização isolada de muitos dos vilarejos que sofreram com os tremores dificultam o trabalho das equipes de busca. A falta de recursos econômicos no país agrava essa situação, uma vez que o governo não está preparado para enfrentar catástrofes naturais de grandes proporções. De acordo com a ONU, aproximadamente 24 milhões de afegãos são classificados como extremamente vulneráveis à fome e a doenças.
O Afeganistão foi invadido pelos Estados Unidos em 2001. O exército americano tirou o Taleban, grupo nacionalista e fundamentalista islâmico, do poder e ocupou o país até 2021. Os efeitos da guerra fizeram com que os afegãos se tornassem dependentes da ajuda humanitária internacional. Em 2021, após o fim da ocupação, porém, o Taleban tomou o poder novamente, o que fez com que muitos países deixassem de enviar essa ajuda. Atualmente, a principal organização que dá apoio aos afegãos é a ONU.
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