O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, decidiu nesta segunda-feira (20) dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas. O chanceler, Yair Lapid, assumirá a função interinamente até o pleito, que deverá acontecer em outubro ou novembro, segundo o governo. Com isso, os israelenses irão às urnas pela quinta vez em três anos e meio.
Em entrevista para jornalistas, Bennett afirmou que dissolver o governo não foi fácil, mas é “a decisão certa para Israel”. Ele prometeu realizar uma transição ordenada. Lapid, por sua vez, agradeceu a Bennett, dizendo que o primeiro-ministro colocou o país à frente de seus interesses pessoais. “Mesmo se formos às eleições em alguns meses, nossos desafios como Estado não podem esperar”, disse Lapid.
Em junho de 2021, após dois anos de impasse político em Israel, Bennett e Lapid formaram uma coalizão considerada improvável, encerrando o domínio recorde do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na política nacional. Ele ficou 12 anos no poder e agora é o líder da oposição.
A aliança de Bennett e Lapid era formada por oito partidos israelenses de várias vertentes ideológicas, incluindo pela primeira vez políticos árabes de direita, além de liberais e muçulmanos. O grupo estava dividido em temas como o conflito israel-palestina e questões de Estado e religião. Nas últimas semanas, vários membros desistiram ou ameaçaram desistir da coalizão, deixando o governo sem maioria no Parlamento para aprovar novas leis.
A dissolução do Parlamento deve ser formalizada em votação. Segundo o governo, ela deve ocorrer dentro de alguns dias, mas ainda não tem data marcada.