A Petrobras vem fazendo seguidos alertas ao presidente Jair Bolsonaro sobre o risco de falta de diesel no país. A indisponibilidade do produto pode atingir em cheio o escoamento rodoviário da safra de soja, que se dá entre julho e setembro.
As primeiras notícias sobre esses alertas foram dada pela agência de notícias Reuters, na terça-feira (24), ainda com base em informações de bastidor. Nesta sexta-feira (27), Monica Bergamo, colunista do jornal Folha de S. Paulo, noticiou que a Petrobras formalizou esse alerta enviando um ofício a Bolsonaro.
A intenção do ofício é, de acordo com informações apuradas pela colunista, deixar um registro formal de que o presidente foi alertado a tempo, o que evitaria que ele, mais adiante, jogasse a culpa na Petrobras. Uma perturbação dessa magnitude no transporte rodoviário, em setembro, poderia causar danos à campanha eleitoral de Bolsonaro pela reeleição. O primeiro turno é em 2 de outubro.
A direção da empresa defende a manutenção do atrelamento do preço dos combustíveis ao mercado internacional, sob o argumento de que alterações nesse princípio podem acarretar em consequências negativas para a importação do produto.
Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (23) a demissão de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras, apenas 40 dias depois de ele ter assumido o cargo. Essa é a terceira demissão na presidência da Petrobras desde o início do governo de Jair Bolsonaro – todas motivadas pela elevação dos preços dos combustíveis.