O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, disse nesta quinta-feira (12) que “quem trata de eleições são ‘forças desarmadas’”. A declaração foi feita em um evento para testes das urnas eletrônicas.
Fachin, que é ministro do Supremo Tribunal Federal, também afirmou que “ninguém e nada interferirá” na Justiça Eleitoral, e que ela está “aberta a ouvir, mas jamais se curvará a quem quer que seja”. O presidente do TSE negou que estivesse deixando um recado a Jair Bolsonaro após as declarações feitas na quarta-feira (11).
O presidente da República afirmou em um evento em Maringá, no Paraná: “Somente os ditadores temem o povo armado. Eu quero que todo cidadão de bem possua sua arma de fogo para resistir, se for o caso, à tentação de um ditador de plantão”. O presidente também disse que a “pior ameaça” no Brasil é “interna, de comunização do nosso país”.
As falas de Bolsonaro reforçaram o longo rol de ameaças antidemocráticas conduzidas pelo presidente ao longo de seu mandato. Em 2021, o presidente intensificou seu discurso golpista ao ameaçar a realização das eleições se o pleito não incorporasse o voto impresso – proposta que foi derrotada no Congresso em agosto daquele ano, num dia em que o presidente colocou tanques do Exército para desfilar em Brasília.
As investidas de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas contam com o apoio das Forças Armadas, que encamparam o discurso do presidente ao participarem de uma comissão de transparência criada pelo TSE. Os militares têm pressionado a corte eleitoral e insistido em dúvidas sem fundamento sobre o sistema de votação.