Cerca de um terço dos homens brasileiros (34%) diz apoiar o feminismo, segundo pesquisa do Instituto Ideia encomendada pela revista GQ Brasil e divulgada nesta quarta-feira (11). O movimento pela igualdade entre homens e mulheres e o fim das violências de gênero foi rejeitado por 44% dos respondentes, enquanto 23% disseram não saber responder.
O levantamento foi feito com questionários apresentados digitalmente a 663 homens com mais de 18 anos, de todas as regiões do país. A amostragem foi selecionada a partir de dados do Censo de 2010 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2021.
“A pesquisa escancara o óbvio (nenhuma novidade para as mulheres) com dados inéditos: o brasileiro (médio) é machista”, afirma Mauricio Moura, presidente do Instituto Ideia, em análise à GQ Brasil.
Na distribuição etária, os homens de 18 a 24 anos foram considerados o grupo mais machista – que menos apoia o feminismo, e mais cobra a virgindade da mulher. Também é o grupo que mais deseja possuir uma arma de fogo. Ao mesmo tempo, é o que menos se interessa pela atividade sexual – numa escala de 0 a 10 para avaliar qual é a importância do sexo na vida desses homens, o grupo foi o que mais deu notas 0 e 1 na importância, colocando-a como algo dispensável ou que não faz falta.
O levantamento também indica que a autoestima dos homens brasileiros está em dia. Apenas 3% dos homens se consideram feios, enquanto 47% se dizem bonitos e 44% se veem como “medianos”. Outros 6% afirmam não ter uma opinião formada.
Quando questionados sobre quem é o homem mais admirado de suas vidas, 7% responderam com “eu mesmo”. “Certamente esses quase 8 milhões de brasileiros que se autoidolatram não têm problema de autoestima, muito menos gastam dinheiro com terapia. Aliás, somente 16% dizem já ter feito alguma sessão. A saúde mental, portanto, carece de atenção nesse universo masculino”, disse Moura.
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