A fotógrafa Marcelle Cerutti e seu filho Luca, de 5 anos, foram impedidos de entrar no Bar Miúda, no centro de São Paulo, no domingo (3). Cerutti havia chegado ao bar às 17 horas para comemorar o aniversário de uma amiga. Ao tentar entrar no local, ouviu de uma funcionária do bar: “Desculpa, senhora, mas aqui a gente não aceita crianças”.
Em publicação nas redes sociais, Marcelle conta que chegou a pedir ao bar para “dar apenas um oi à amiga”, mas teve que esperar que a aniversariante viesse até a porta para cumprimentá-la. “Ali me dei conta de que o lugar que se vendia como um espaço para todes era, na verdade, supersegregador”, disse.
O caso da fotógrafa não é único. A postagem de Marcelle atraiu outras mães que dizem passar pela mesma situação. Estabelecimentos no Brasil e em países como Austrália, Canadá, Itália, Alemanha e EUA adotam políticas de restrição à entrada de crianças.
Em nota no Instagram, o Miúda afirmou que, junto com uma equipe jurídica, chegou à conclusão de que o “bar não é lugar de criança”. “A decisão parte principalmente da preocupação com a estrutura e programação que temos”, que seria de cunho adulto, disse o estabelecimento na segunda-feira (4), após a repercussão do caso nas redes sociais.
Críticos da decisão afirmam que o bar exclui crianças e suas mães. No Brasil, a Constituição diz que é dever da família, da sociedade e do Estado colocar crianças e adolescentes a salvo de qualquer forma de discriminação. Estabelecimentos que se negam a atender mães também podem ser enquadrados pelo Código de Defesa do Consumidor, que determina que a “recusa à venda ou prestação de serviços a quem se dispõe a pagar por qualquer serviço” é uma prática abusiva.
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