Autoridades ucranianas acusam a Rússia de ter atacado um teatro na cidade de Mariupol que estava servindo como abrigo para civis. O bombardeio aconteceu na quarta-feira (16). De acordo com a Ucrânia, a maior parte dos cerca de mil civis que estavam no teatro sobreviveu. Números de mortos e feridos ainda não foram divulgados.
O Ministério da Defesa russo nega a autoria dos ataques e os atribui ao Batalhão Azov, unidade paramilitar neonazista ucraniana. Essa célula já havia sido usada como pretexto pela Rússia no dia 9 de março, depois que suas forças armadas bombardearam um complexo hospitalar na mesma Mariupol.
O chanceler Sergei Lavrov afirmou na ocasião que o local servia de base para o batalhão e chamou de “falsas” as imagens registradas por agências de notícias mostrando mulheres grávidas ensanguentadas sendo resgatadas. O ataque, que atingiu a ala infantil e a maternidade do complexo, deixou pelo menos três mortos na hora, incluindo uma criança. Nesta segunda-feira (14), uma grávida que estava hospitalizada morreu, segundo a Associated Press.
Localizada no sudeste do país, a cidade portuária está cercada pelos russos desde a primeira semana da invasão, que teve início no dia 24 de fevereiro. O local tem sofrido os piores impactos humanitários da guerra, com falta de comida, água e energia. No domingo (13), o conselho da cidade disse que suas reservas de água e alimentos estavam no fim.
Em uma entrevista transmitida nesta segunda (14), um assessor presidencial da Ucrânia, Oleksiy Arestovych, disse que mais de 2.500 moradores de Mariupol foram mortos desde o início da invasão russa. Essa contagem não foi confirmada de forma independente. A Rússia nega atingir civis em suas operações.
Obter passagem segura para a retirada de civis de Mariupol tem sido uma das principais demandas de Kiev nas várias rodadas de negociação feitas com a Rússia desde o início da guerra. A conversa mais recente se deu nesta quinta-feira (17), em meio a sinais de avanço.
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