Ao longo dos 11 dias da guerra contra a Ucrânia, 12.843 pessoas foram presas na Rússia em protestos que se opõe à ofensiva de Vladimir Putin. Os dados foram divulgados neste domingo (6) pela OVD-Info, ONG que atua na proteção dos direitos humanos e que visa combater perseguição política.
De acordo com a organização, os atos se espalharam por 56 cidades na Rússia, e ocorrem sob forte repressão da polícia. Na Rússia, manifestações públicas precisam ser autorizadas pelo governo. O Ministério do Interior havia alertado que atos realizados sem aviso prévio seriam reprimidos, e os organizadores, presos.
O ministério sustenta que, até agora, o número de presos em protestos é bem menor: 4.300 manifestantes foram detidos, sendo 1.700 detenções aconteceram na capital, Moscou, 750 em São Petersburgo e mais de 1.000 em outras cidades.
Ativistas de oposição ao presidente russo têm divulgado vídeos em redes sociais que registram o momento das detenções, com pessoas gritando frases como: “não à guerra”, enquanto são levadas pela polícia.
Além da Rússia, vários países têm registrado atos contra a guerra na Ucrânia. No sábado (5), milhares se reuniram em cidades europeias como Londres, Roma, Paris e Zurique, pedindo o fim da invasão.
Fora a repressão aos protestos, a Rússia limitou acesso a sites estrangeiros (inclusive o da ONG ONV-Info), o que fez veículos como a Bloomberg e a BBC deixarem de operar no país. O Facebook e o Twitter também estão bloqueados no país, além de outras redes com conteúdos considerados “falsos” pelo governo.
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