O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, que representa servidores do Ministério do Trabalho e Previdência Social, anunciou na terça-feira (4) uma debandada dos cargos de chefia e coordenação. O movimento é semelhante ao ocorrido em outros órgãos de governo, como o Banco Central e a Receita Federal.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o vice-presidente da entidade, Carlos Silva, afirmou que 154 cargos de chefia já foram entregues até esta quarta-feira (5). O número representa pouco mais da metade do total de cargos comissionados na categoria, que é de 298.
Segundo nota emitida pelo sindicato, o movimento ocorre em protesto contra a demora para regulamentação do bônus de eficiência e produtividade para a categoria, previsto em lei desde 2017.
Funcionários da Receita Federal, que começaram protesto similar em dezembro, também pedem regulamentação de um bônus de produtividade. Diante da sinalização do governo de atender à demanda dos funcionários da Receita, auditores do trabalho pedem isonomia para também serem contemplados e para que a regulamentação do bônus da categoria tramite junto com a das carreiras da Receita.
Os auditores do trabalho são mais uma categoria a entregar cargos de chefia (mantendo postos concursados) na virada de 2021 para 2022. Os protestos são movidos, no geral, por demandas de bônus e reajustes. Em novembro de 2021, o presidente Jair Bolsonaro prometeu aumento salarial para todas as categorias de funcionários públicos federais. Mas, na articulação do Orçamento de 2022, governo e Congresso indicaram reajuste apenas para policiais.