Após se reunir com representantes de blocos de Carnaval de rua e patrocinadores, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou nesta terça-feira (4) o cancelamento da festa de rua na cidade, em 2022, devido ao aumento de casos de covid-19 causados pela variante ômicron. Os desfiles das escolas de samba realizados na Marquês de Sapucaí estão mantidos, segundo a prefeitura.
Ao todo, 506 blocos haviam se inscrito para desfilar nas ruas da capital fluminense. A Ambev, patrocinadora da festa, havia firmado um contrato de R$ 39 milhões para investir em infraestrutura, como a instalação de banheiros químicos. No fim de dezembro, o comitê científico que orienta a prefeitura havia se manifestado favoravelmente à festa, considerando as condições epidemiológicas naquele momento. Os patrocinadores, porém, vinham pressionando Paes por uma definição.
O prefeito anunciou a decisão em transmissão ao vivo nas redes sociais. “Acabei de ter, neste momento, uma reunião com o pessoal dos blocos de rua, e a gente comunicou a eles que o carnaval de rua, nos moldes que eram feitos até 2020, não acontecerá em 2022”, disse nesta terça-feira (4). “Infelizmente, eu falo aqui como prefeito que gosta de carnaval, como cidadão, e infelizmente a gente não pode fazer.” Segundo ele, o carnaval na Sapucaí foi mantido porque ali é mais fácil controlar a entrada de pessoas.
Com o cancelamento, o Rio de Janeiro segue o exemplo de outras capitais do país, como Salvador, na Bahia, que já havia anunciado a suspensão da festa na segunda-feira (3). Em cidades como Recife, o tema ainda está em discussão. Nesta terça-feira (4), a prefeitura de São Paulo disse que estuda transferir o carnaval de rua para o Autódromo de Interlagos, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Apesar do apagão de informações no Ministério da Saúde, devido a um ataque hacker em dezembro, dados como a de positividade de testes para covid-19 têm apontado aumento de casos da doença no país. De meados até a última semana de dezembro, a proporção de testes com resultado positivo para a doença pulou de 1% para 13% no Rio. Em São Paulo, a ômicron já representa metade dos casos sequenciados. Os leitos públicos para covid-19 e gripe se esgotaram nesta terça-feira (4) em Belo Horizonte.