O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou nesta quinta-feira (16) que vai fechar seu escritório brasileiro até o fim de junho de 2022. A decisão veio um dia depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter criticado a instituição. Segundo nota do órgão, o encerramento de seu escritório em Brasília foi decidido em acordo com as autoridades brasileiras.
Guedes fez reclamações na quarta-feira (15) sobre a atuação do FMI e criticou o atual presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil, Ilan Goldfajn, que foi recentemente nomeado diretor do órgão internacional. Ele afirmou que o FMI previu uma queda superior a 9% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2020, o que não se concretizou.
De acordo com Guedes, a entidade se instalou no Brasil em uma época em que o país precisava de assistência para controle de Orçamento e câmbio, mas hoje a permanência não é mais necessária. “Ficaram porque gostam, feijoada, jogo de futebol, conversa boa... E de vez em quando criticar um pouco e fazer previsão errada”, disse.
“Vou dizer até com delicadeza que nós estamos dispensando o FMI. Eles estão aqui há bastante tempo, havia bastante desequilíbrio. E eu assinei: pode voltar, pode passear lá fora. Vieram aqui para prever uma queda de 9,7%, e a Inglaterra ia cair 4%. Nós caímos 4%, a Inglaterra, 9,7%. Achamos melhor eles fazerem previsões em outro lugar”
Criado após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Fundo Monetário Internacional foi concebido para ser uma reserva de socorro para países em dificuldade. O financiamento vem, na maior parte, de países ricos, sendo que os pedidos de empréstimos vêm, historicamente, de nações em desenvolvimento. Além de atuar como credor, o FMI cumpre o papel de avaliar e fazer projeções sobre o andamento da economia global.
O Ministério da Economia afirmou em nota, que, apesar das críticas, do ponto de vista estritamente técnico, a permanência do FMI no Brasil não faz sentido. “O fundo mantém escritórios apenas em países com os quais tem programa ativo, o que torna o obsoleta a manutenção de um escritório no país. No caso brasileiro, o último acordo financeiro com o FMI ocorreu em 2002 e foi pago antecipadamente em 2005. O Brasil hoje é credor do FMI”, se referindo ao título conquistado em 2009.
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