Ao lado de Paulo Guedes, Jair Bolsonaro afirmou, neste domingo (24), que o ministro da Economia segue até o fim de seu governo. “A gente vai sair junto, fica tranquilo. Bem lá na frente”, disse Bolsonaro. Guedes acaba de atravessar uma de suas piores crises desde que assumiu o comando da pasta com o anúncio do Auxílio Brasil. A criação do programa implica furar o teto de gastos, medida de controle fiscal defendida pelo ministro.
Bolsonaro falou a jornalistas neste domingo (24) na saída do Parque de Exposições da Granja do Torto, em Brasília, onde visitou uma feira de expositores de pássaros. “O Brasil foi um dos países que menos caiu. A gente deve ao Paulo Guedes, à sua competência e à sua liberdade para trabalhar”, disse o presidente.
Este foi o segundo aceno de Bolsonaro em apoio ao ministro da Economia. Na sexta-feira (22), um dia depois que quatro secretários da pasta pediram demissão, o chefe do Executivo falou ao lado de Guedes e disse que ambos se entendiam muito bem. “Tenho confiança absoluta nele, e ele também entende atribuições que o governo passa”, afirmou. Segundo Bolsonaro, não há “solavanco” na pauta econômica.
Convidado a acompanhar o presidente no evento, Guedes também retribuiu o apoio de Bolsonaro. Disse aos jornalistas neste domingo que Bolsonaro é um presidente popular, mas não populista, e que apoia pautas econômicas como as privatizações e as reformas. “Ele é um político popular, mas ele também está deixando a economia ser reformista. Ele não é um populista. Ele fica num difícil equilíbrio”. O ministro da Economia também criticou economistas que se opuseram à manobra no teto de gastos.
Apesar da crise, o próprio ministro sustenta a manobra para driblar o teto e afirma que não deixará o cargo. Na sexta (22), afirmou que “detesta furar o teto”, mas que não é possível tirar só “nota 10” no aspecto fiscal. Segundo ele, também é preciso ter senso de responsabilidade social. A fala de Bolsonaro neste domingo (24) foi pelo mesmo caminho. O presidente disse que lamenta a “situação em se encontra o pobre no Brasil” e que, assim como no ano passado, está prestando socorro a essa população. Rechaçou ainda que a medida tenha qualquer intenção eleitoreira. “Não estamos aqui lutando por eleições de 2022. Não se toca nesse assunto, tanto é que até o momento nem partido eu tenho ainda”, afirmou.
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