O Van Gogh Worldwide é uma iniciativa de diversos museus e agências holandesas que preservam a obra do pintor no país. Lançado em novembro de 2020, o site é um repositório com mais de 1.000 peças desses museus. O número é provisório, e nos próximos meses, trabalhos do artista espalhados em museus de todo o mundo também devem ser catalogados.
Entre as instituições, estão o Museu Van Gogh, em Amsterdã, o Instituto Holandês para a História da Arte, em Haia, e o Museu Kröller-Müller, em Otterlo. Como consta na página de apresentação do projeto, cada peça é acompanhada de informações detalhadas de aspectos histórico-artísticos e técnicos.
São referências que apresentam desde onde a obra foi feita e o material utilizado até as exposições, restauros e donos pelos quais a peça passou. Não foi possível rastrear a origem de todas, mas a maior parte delas traz pelo menos as informações descritas no catálogo de Jacob-Baart de la Faille. Em 1928, o historiador da arte holandês compilou todos os trabalhos de Van Gogh que se tinha conhecimento. Em 1970, ele faria uma revisão que é considerada o catálogo definitivo da obra do pintor.
O site também facilita a busca oferecendo uma série de filtros, como períodos e tipos de produção, material utilizado e coleções de museu.
A vida de Van Gogh
Nascido em 1853 na cidade de Zundert, na Holanda, Vincent Willem van Gogh é considerado um dos nomes mais importantes da arte moderna. Durante os 37 anos em que viveu, trabalhou como negociador de peças de artes em grandes metrópoles e missionário em pequenas comunidades. Nesse processo, passou por diversos períodos de reclusão, instabilidade e depressão, acompanhados de relacionamentos amorosos frustrados.
Cientistas e historiadores acreditam que ele sofria de algum tipo de transtorno de bipolaridade, já que esses momentos eram seguidos de outros de “maníaca” inspiração para a arte. O ápice foi nos dois últimos anos de vida, quando produziu algumas de suas peças mais célebres, como “Terraço do café na praça do fórum” (1888) e “A noite estrelada” (1889).
“A noite estrelada”, por exemplo, foi produzida durante o tempo em que ele ficou internado em um asilo em Saint-Rémy-de-Provence, na França, e pintou o que via da janela de seu quarto. Pouco antes disso, Van Gogh tinha cortado um pedaço da orelha esquerda para mandá-lo a uma empregada de um bordel. Segundo historiadores, isso teria acontecido depois de uma briga com Paul Gauguin, também pintor e então colega do holandês.
Em 27 de julho de 1890, Van Gogh atiraria contra si próprio, vindo a morrer de uma infecção três dias depois. Seu traço ficou marcado pelas passadas rápidas de pincel para retratar cenários oníricos e pessoas emotivas. Além das pinturas a óleo, ele criou uma série de desenhos com caneta e lápis. Ao todo, Van Gogh criou em vida aproximadamente 2.000 peças, e algumas continuam sendo descobertas e atribuídas ao artista até hoje.
Em vida, morreu sem o devido reconhecimento — vendeu apenas um quadro em toda a carreira. Foi a esposa de seu irmão, Johanna van Gogh-Bonger, a responsável por difundir e tornar conhecida a obra do holandês depois de sua morte.
ESTAVA ERRADO: A primeira versão deste texto dizia que Van Gogh atirou contra si em 27 de julho de 1980. Na verdade, o ocorrido foi em 1890. A informação foi corrigida às 19h22 do dia 23 de novembro de 2020.