Sucesso de público, o documentário “O dilema das redes”, lançado pela Netflix em setembro de 2020, alertou muitos espectadores para os prejuízos psicológicos, sociais e políticos causados pela dominação que as redes sociais exercem em nossas vidas.
Na esteira do filme, a organização Mozilla, criadora do navegador Firefox, lançou uma campanha para “consertar” a internet. “Unfck the internet” brinca com o famoso palavrão em inglês para propor uma vida online que seja menos refém dos algoritmos das grandes corporações digitais.
“Vamos retomar o controle daqueles que violam nossa privacidade apenas para nos vender coisas de que não precisamos”, afirma o texto que acompanha o projeto. Para a Mozilla, empresas como Facebook e YouTube colaboram para “a disseminação desastrosa da desinformação e da manipulação política”.
Em uma página, foram listadas seis iniciativas que o usuário pode tomar nesse sentido. Uma delas sugere uma extensão para o navegador Firefox chamada Ad Observer por meio da qual a pessoa pode compartilhar dados sobre anúncios políticos que vê nas redes sociais. A ideia é que as informações ajudem pesquisadores a entender como seus dados estão sendo usados por campanhas políticas para o direcionamento segmentado de anúncios. Por exemplo, a campanha de Donald Trump de 2020 vem mirando em fãs de automóveis Audi e espectadores da HBO.
Outra proposta para o usuário é “colocar uma tampa no Facebook”. Ao instalar a extensão Facebook Container, também para Firefox, pode-se impedir que a rede social de Mark Zuckerberg rastreie e recolha dados sobre sua navegação pela internet, mesmo fora do Facebook.
Uma recomendação é a de que a pessoa privilegie “tecnologia independente”, isto é, aplicativos e plataformas que não estejam associadas aos gigantes Facebook, Twitter e Google. O navegador Firefox é, obviamente, uma das sugestões. A criadora do programa, a Mozilla, é uma fundação sem fins lucrativos mantida pela corporação de mesmo nome, que comercializa produtos de tecnologia.
Assistir “O dilema das redes” é outra dica da Mozilla. Segundo a fundação, o filme “revela as questões de atenção e vício” causadas pelas redes sociais.