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<p><span class="meta-image">FOTO: KELLY SIKKEMA/UNSPLASH</span></p><div id="attachment_172836" style="width: 610px" class="wp-caption aligncenter"><img decoding="async" aria-describedby="caption-attachment-172836" width="2560" height="1707" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/27233111/kelly-sikkema-W1XbZLRdk8o-unsplash_binary_196341-1-scaled.jpg" class="attachment-full size-full" alt="Mãos pressionam embalagem com álcool em gel" loading="lazy"><p id="caption-attachment-172836" class="wp-caption-text">Ideia de uma solução portátil para higienizar as mãos surgiu em 1966</p></div><p></p>
<p>O <a href="https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/03/20/A-procura-por-%C3%A1lcool-em-gel.-E-como-ele-age-contra-o-coronav%C3%ADrus">consumo de álcool em gel está em alta</a>  ao redor do mundo, já que higienizar as mãos com frequência é uma das medidas de prevenção contra o novo coronavírus. A curiosidade em torno do produto fez com que sua origem fosse resgatada <a href="https://www.reddit.com/r/todayilearned/comments/fjo0u7/til_about_a_student_nurse_called_lupe_hernandez/">na rede social Reddit</a> .</p>
<p>Em um post feito em 17 de março, um usuário trouxe à tona <a href="https://www.theguardian.com/society/2012/may/13/do-we-really-need-hand-sanitisers">uma reportagem</a>  publicada pelo jornal The Guardian em 2012, na qual a criação do álcool em gel é atribuída à universitária Lupe Hernandez. </p></div>
</body></html>

Mãos pressionam embalagem com álcool em gel

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<p><span class="meta-image">FOTO: JUAN CARLOS ULATE/REUTER &#8211; 12.03.2020</span><div id="attachment_172900" style="width: 610px" class="wp-caption aligncenter"><img decoding="async" aria-describedby="caption-attachment-172900" width="2560" height="1583" src="https://nexo-uploads-beta.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/images/2023/12/27233124/alcool-gel_binary_195744-1-scaled.jpg" class="attachment-full size-full" alt="Uma pessoa segurando um frasco branco e colocando álcool em gel na mão de outra" loading="lazy" /><p id="caption-attachment-172900" class="wp-caption-text">Álcool em gel ataca camada protetora do vírus</p></div></p>
<p>A pandemia do novo coronavírus, decretada em 11 de março pela OMS (Organização Mundial da Saúde), aumentou a demanda por álcool em gel no Brasil inteiro.</p>
<p>O produto, que se popularizou no mundo a partir da década de 1980, é usado na higienização das mãos, principal ação preventiva contra o Sars-CoV-2, que, até a manhã de sexta-feira (20), já tinha infectado mais de <a href="https://www.worldometers.info/coronavirus/">253 mil pessoas</a>  no mundo todo.</p>
<p>Segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Álcool, fabricante de 70% do produto no país, houve um <a href="https://www.moneytimes.com.br/fast/fabricante-de-70-do-alcool-gel-do-brasil-contrata-100-para-atender-demanda-6-500-maior/">aumento de 6.500%</a>  na procura pelas quatro marcas de álcool em gel da empresa nas duas primeiras semanas de março – fato que aumentou a capacidade de produção da fábrica em 50%.</p>
<h2>Escassez e aumento dos preços</h2>
<p>Dada a demanda, o álcool em gel se tornou um item escasso nas prateleiras de drogarias e supermercados, causando um aumento nos preços dos frascos, que, em alguns lugares, chegou a 161%. </p>
<p>A alta nos preços mobilizou o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), autarquia federal antitruste ligada ao Ministério da Justiça. Na quarta-feira (18), o órgão anunciou que <a href="https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/18/cade-vai-investigar-aumento-no-preco-do-alcool-gel-apos-demanda-causada-pelo-coronavirus.ghtml">vai investigar as empresas</a>  que aumentaram significativamente o valor dos produtos, para averiguar se houve prática abusiva.</p>
<p>Em São Paulo, o governo estadual firmou uma parceria com a Associação Paulista de Supermercados. A partir de segunda-feira (23), os supermercados do estado vão vender os frascos a preço de custo, uma forma de conter os aumentos vertiginosos e para incentivar a compra do produto.</p>
<p>Na sexta-feira (20), funcionários do call center Almaviva Brasil <a href="https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/03/20/sem-alcool-gel-e-higiene-funcionarios-de-call-center-fazem-greve-em-sp.htm">protestaram na rua da Consolação</a> , em São Paulo, pedindo por álcool em gel nos escritórios da empresa, que não suspendeu suas atividades habituais. “El, el, el, queremos álcool em gel”, entoavam em cântico.</p>
<h2>A questão da fabricação caseira</h2>
<p>A escassez do álcool em gel no varejo fez com que surgissem na internet diversas receitas para a fabricação caseira do produto. Mas a produção caseira do álcool em gel <a href="http://cfq.org.br/noticia/nota-oficial-esclarecimentos-sobre-alcool-gel-caseiro-higienizacao-de-eletronicos-e-outros/">não é recomendada</a> .</p>
<p>Em nota emitida na quarta-feira (18), o Conselho Federal de Química aponta os riscos de segurança envolvidos no processo, que utiliza álcool líquido em grandes concentrações para se chegar no gel. </p>
<p>“Quando se utiliza álcool líquido em elevadas concentrações, aumenta-se bastante o risco de acidentes que podem provocar incêndios, queimaduras de grau elevado e irritação da pele e mucosas”, diz o texto. </p>
<p>“Os produtos industrializados passam por rigoroso processo de produção, onde há padrões a serem seguidos, todas as etapas são monitoradas e passam por controles de modo a haver padronização, regularidade e qualidade dos produtos disponibilizados ao consumidor final. Já o álcool em gel fabricado a partir de receitas e métodos caseiros não passa por nenhum controle de qualidade, por isso sem garantia de eficácia”, afirmou o conselho. </p>
</p>
<h2>Como o álcool em gel age no coronavírus</h2>
<p>O novo coronavírus tem em seu exterior uma camada de proteínas e lipídios – moléculas de gordura. Esse envelope protege o interior do vírus e é crucial para sua sobrevivência, de acordo com estudo <a href="https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6357182/">publicado em 16 de janeiro</a>  pela revista americana Viruses, ligada ao Centro Nacional de Informação de Biotecnologia dos EUA.</p>
<p>“Lipídios têm papel fundamental em vários estágios do ciclo de vida do vírus”, diz o artigo. “Nossos dados demonstram que a regulação do metabolismo dos lipídios pode ser um alvo comum e remediável para infecções por coronavírus”. </p>
<p>No processo de higienização das mãos – com sabonete ou álcool em gel – a camada de proteínas e lipídios é atacada, o vírus fica desprotegido e acaba morrendo posteriormente.</p>
<p>Ao aplicar o sabonete ou o álcool em gel, o envelope protetor do vírus é desnaturado. A reação de desnaturação pode ser vista em casa, num experimento que consiste em banhar um ovo em álcool convencional. </p>
<p>Quando o álcool entra em contato com o ovo, a organização das moléculas de proteína da clara é quebrada, tornando-a branca e com uma textura gelatinosa. A mesma reação de desnaturação de proteína pode ser vista quando se frita um ovo, já que o calor intenso também consegue desencadear o processo.</p>
<h2>Álcool em gel ou sabonete? Qual usar?</h2>
<p>Segundo Erin Sheets, professora de bioquímica na Universidade do Minnesota, nos EUA, não há diferença significativa entre optar por sabonete ou optar pelo álcool em gel. </p>
<p>“Se você consegue destruir a membrana de proteínas e lipídios, não importa qual método você usou”, disse, em entrevista ao site <a href="https://www.thedailybeast.com/is-soap-or-hand-sanitizer-best-for-stopping-coronavirus">Daily Beast</a>  publicada no dia 14 de março.</p>
<p>“O sabonete quebra o envelope usando força bruta [o processo de esfregar as mãos], e o álcool em gel faz isso mudando as propriedades químicas, tornando-o menos estável e mais suscetível ao mundo exterior”, disse à <a href="https://www.smithsonianmag.com/science-nature/why-washing-your-hands-so-important-anyway-180974355/">revista do museu Smithsonian</a>  o microbiólogo Benhur Lee, da Escola de Medicina de Icahn, no Egito.</p>
<p>Ao recomendar a higienização frequente das mãos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) <a href="https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/advice-for-public">não faz distinção</a>  de eficácia entre o álcool em gel ou o sabonete, recomendando ambos como formas eficazes de se prevenir do vírus Sars-CoV-2. </p>
<p>Apesar de ser eficiente contra o novo coronavírus, o álcool em gel não é eficaz contra todos os tipos de agentes patogênicos que existem – caso do micro parasita<i>Cryptosporidium, </i>responsável pela criptosporidíase, um tipo de diarreia;<i />e do norovírus, causador da gastroenterite.</p>
<p>De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos EUA, na dúvida, o ideal é optar pela lavagem das mão <a href="https://www.cdc.gov/handwashing/show-me-the-science-hand-sanitizer.html">usando água e sabonete</a> , com o álcool em gel sendo uma alternativa em locais públicos e de grande circulação, bem como em situações nas quais o sabonete não está disponível.</p>
</p>
</div>


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