Em um livro de mil novecentos e tantos (não se sabe ao certo), o lusitano Luis Silveira escreveu que, “ao contrário dos Espanhóis”, na América não havia “povoações organizadas”. “As cidades do Brasil foram, pois, não só construídas de raiz, como livres de contaminação de exemplos locais”, disse em bom português.
No entanto, com o tempo, o modelo urbano europeu sofreu alterações, com poucas exceções. “A Baía [Salvador], por exemplo, que foi cronològicamente e em importância a primeira cidade brasileira, é ainda, em perfil panorâmico, muito portuguesa.”
O relato de além-mar está presente em “Ensaio de Iconografia das Cidades Portuguesas do Ultramar”, uma das diversas obras digitalizadas e acessíveis no site do Portal das Memórias de África e do Oriente. O projeto, em atividade desde 1997, é mantido pelas universidades portuguesas de Aveiro e Lisboa e financiado pela Fundação Portugal-África.