Este livro aborda um tema que se tornou muito relevante nos últimos tempos: o contínuo crescimento e a intensificação das desigualdades sociais. Em outras palavras, o crescimento da distância entre ricos e pobres. Mas é um livro escrito por um urbanista e, embora todos concordem com o fato de que as desigualdades sociais se apresentam sobretudo nas grandes áreas urbanas, geralmente se pensa que o combate e a eliminação das desigualdades não sejam tarefas da urbanística, e sim de outras políticas econômicas e sociais que o urbanista deve compreender, ajudar e apoiar. Defendo aqui uma hipótese um pouco diferente, ou seja, que a urbanística tem responsabilidades fortes e precisas em relação ao agravamento das desigualdades sociais e que o projeto da cidade deve ser um dos pontos de partida de toda e qualquer política que vise à eliminação ou ao combate dessas desigualdades.
‘A cidade dos ricos e a dos pobres’: uma nova questão urbana
O ‘Nexo’ publica trecho da tradução para o português do último livro do arquiteto, urbanista e engenheiro italiano Bernardo Secchi, morto em 2014. O autor parte da ideia de que o urbanismo tem grandes responsabilidades no agravamento de desigualdades sociais e analisa exemplos de diversos países, incluindo o Brasil. Leia, abaixo, o prefácio e parte do 1º capítulo, “A nova questão urbana”
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