Yasmin Thayná é cineasta, diretora e fundadora da Afroflix, curadora da Flupp (Festa Literária das Periferias) e pesquisadora de audiovisual no ITS-Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro). Dirigiu, nos últimos meses, “Kbela, o filme”, uma experiência sobre ser mulher e tornar-se negra, “Batalhas”, sobre a primeira vez que teve um espetáculo de funk no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e a série Afrotranscendence. Para segui-la no Twitter: @yasmin_thayna

  • Sobre saudades e despedidas

    Há um desejo institucionalizado por tornar a população cada vez mais encarcerada de fato e simbolicamente. A epidemia do medo é uma realidade, a gente precisa se proteger e se afastar desse medo que tende a nos paralisar

  • Uma multidão observa a câmera

    Filme de Fabiano Mixo com realidade virtual tensiona a linguagem cinematográfica. E nos faz construir, ou desconstruir, outras realidades

  • Pensar a tecnologia além das universalidades

    Eu achava que para falar de coisas como programação e dados precisaria de um decodificador. Que tecnologia era algo assustador e inacessível. Silvana Bahia e Hugo Lima me mostraram que eu estava enganada.

  • Águas não fecham caminhos

    Precisamos lutar para que espaços como a Casa do Jongo em Madureira não sejam fechados e apaguem parte da memória de uma manifestação central na cultura afro-brasileira

  • Imagens que se encontram

    O que há em comum entre um documentário de Dziga Vertov e uma comédia de Buster Keaton, ambos feitos na década de 1920

  • A juventude negra não cabe nesta foto

    Olhar uma imagem não é olhar apenas o que está sendo mostrado, é ver também aquilo que não se escolheu colocar em evidência

  • Agora ninguém pode falar mais nada

    O que, verdadeiramente, temem aqueles que questionam o debate sobre lugar de fala, ainda que saibam do apagamento histórico de uma parcela criativa da sociedade brasileira, normalmente preta, indígena, mulher, pobre e LGBT?

  • A imagem que falta

    Nas famílias negras, registros de infância são raros. Máquinas eram caras e, nas prioridades de despesa das famílias negras, as fotos nunca estavam na lista

  • Dona Ivone Lara, uma joia rara

    Com 70 anos de carreira, ela construiu um legado importantíssimo para o Brasil, para nós, mulheres negras, para os seus admiradores, para quem gosta de samba, para quem resiste, para quem sonha em permanecer vivo

  • Para viver em estado de poesia

    No campo pessoal, dos sentimentos, sensações e aprendizados, este disco marca um momento importante na minha vida, de um amor difícil, mas que me fez ponte, como um corpo num ritual de passagem

  • Zezé Motta: uma mulher que abriu caminhos

    Com algumas dezenas de filmes em sua trajetória profissional, Zezé interpretou personagens que ajudam a contar algumas de nossas histórias e, com elas, nos conduzem a perceber um Brasil que desejamos ter no futuro já apontado no passado

  • As plantas das nossas avós

    Neste período de grandes polarizações políticas, retrocessos em diversos setores, aumento de todos os índices possíveis de desigualdades sociais, temos a responsabilidade de manter nossas plantas vivas

  • Uma carta para Lázaro e para nós, os cobradores

    Será que um ator ou atriz que não seja negro convive com o mesmo nível de cobrança que você? Será que nós, pessoas negras, que cobramos tanto dos nossos representantes, cobramos na mesma altura as pessoas brancas que mantêm seus privilégios?

  • As bruxonas do cinema negro que você respeita

    Fica ainda mais explícito o quanto o racismo nos mata de diversas maneiras, no tiro, na depressão, em ignorar a nossa produção, os nossos nomes, a nossa existência, até mesmo quando temos uma dimensão histórica no país

  • Três filmes sobre o tempo e outros tempos

    Ver esses filmes é estar diante de um dos encontros mais poderosos do imaginário brasileiro, que é quando a Bahia encontra, no amor e nas realizações, o Rio de Janeiro

  • Sobre não tirar o sorriso do rosto

    Sempre me questionei sobre o fato de os filmes, mostras, monumentos na cidade, homenagens em geral feitas a pessoas de grande importância para o país e o mundo serem feitas, normalmente, apenas quando elas vêm a falecer. “Pitanga” é uma bela exceção.

  • Ela tinha 13 anos de idade

    Qual é a memória que os colegas de Maria Eduarda terão dessa escola quando se tornarem adultos? Como estimular possibilidades para pessoas que dormem cobertas de tiros e se formam em espaços onde voltar para casa com vida não é mais uma certeza?

  • Você tem um minutinho para ouvir a palavra de Brown?

    É verdade que, de tempos em tempos, as obras de arte nos ajudam a recalcular certas rotas do cotidiano, ampliam as nossas realidades, dão plasticidade ao tempo político que se vive, ou viveu

  • Em dezembro encontrei Vera, Maeve e Anna

    O que todas nós tínhamos em comum: nos construímos socialmente como mulheres e trabalhamos num campo majoritariamente masculino e machista

  • Brasileiro só quer saber de festa

    Para quem é negro neste país, fazer festa é resistir a toda violência posta no cotidiano, descarregar toda a dor

  • O samba e o seu poder de regeneração

    É claro que final de ano, parece que algo bate na gente: há uma tendência pela positividade, uma crença coletiva de que o ano que vem vai ser melhor, que as coisas vão melhorar

  • Uma sala para a gente dançar

    Os desejos eram sobre dormir em paz, que o som violento ouvido diariamente por eles e elas se transformasse em festa, funk, suor, prazer

  • A Cidade de Deus e de Cesar

    Você ia mesmo amar esse braço que te leva para a delegacia, mesmo sem ter visto você fazendo nada, e alega que você é um suposto traficante?