Filipe Campante é Bloomberg Distinguished Associate Professor na Johns Hopkins University. Sua pesquisa enfoca temas de economia política, desenvolvimento e questões urbanas e já foi publicada em periódicos acadêmicos como “American Economic Review” e “Quarterly Journal of Economics”. Nascido no Rio, ele é PhD por Harvard, mestre pela PUC-Rio, e bacharel pela UFRJ, todos em economia. Foi professor em Harvard (2007-18) e professor visitante na PUC-Rio (2011-12). Escreve mensalmente às quintas-feiras.

  • Qual o impacto político das redes sociais

    Novo livro reúne algumas das respostas encontradas por economistas que vêm pesquisando o tema. Elas sugerem que impacto é real, multifacetado e distinto do de outras revoluções de tecnologias de mídia

  • Por que o Brasil não é a Argentina?

    Enquanto o país vizinho parece preso a uma eterna década de 1980, de hiperinflação e políticas públicas estapafúrdias, o Brasil seguiu adiante por ter tido FHC, em vez de Menem, e Lula e o PT, em vez do peronismo

  • A fraqueza dos partidos salvou nossa democracia

    Ausência de identidade partidária forte no Brasil é parte da razão pela qual os futuros políticos de Bolsonaro e Trump seguem caminhos tão distintos: os EUA seguem mostrando o que pode acontecer quando forças antidemocráticas tomam o controle de um partido forte

  • Lula e o BC: a autonomia mostra a que veio

    Mudança no Banco Central começou mal, sob Bolsonaro, com o comportamento indevido de Roberto Campos Neto. É sob Lula que ela vem mostrando seu valor e, apesar das queixas recorrentes, seu governo vai colher os frutos: menos inflação, sem prejuízo da atividade econômica

  • Inteligência artificial: revolução para o bem ou para o mal?

    IA tem tudo para ser uma transformação tecnológica comparável às maiores da História. Mas o tecno-pessimismo e o tecno-otimismo podem estar equivocados: traduzir mudança em prosperidade compartilhada (ou não) é uma escolha social

  • Brasília é uma ‘ilha da fantasia’?

    Capitais isoladas contribuem para mais corrupção e menos ‘accountability’. No entanto, e especialmente em contextos institucionalmente mais frágeis, elas também podem contribuir para uma maior estabilidade política

  • Economia, gênero e a ascensão da extrema direita

    Ascensão da extrema direita, no Brasil como em vários países, veio associada a um forte elemento misógino. A evidência sugere que a combinação de crise econômica com mudanças de hierarquias de gênero ajuda a explicar a escalada

  • O mercado tem ideologia?

    É preciso diferenciar a ‘Faria Lima’, que conversa com jornalistas e políticos, dos preços formados no mercado. É perigoso deixar-se levar por aqueles, mas é mortal ignorar estes

  • A ‘grande mentira’ está se consolidando no Brasil

    As eleições de 2022, e o que se seguiu a elas, mostram que o Brasil continua seguindo, com dois anos de atraso, a trajetória em que os EUA embarcaram em 2016. Os paralelos são impressionantes, e mostram que os riscos institucionais perduram

  • O problema dos ‘presidentes-insurgentes’

    Políticos como Jair Bolsonaro subvertem, em parte, a lógica sob a qual presidentes respondem pelo desempenho de seus governos, e eleições são referendos sobre eles

  • Conflito Ucrânia e Rússia: o fim do ‘fim da história’

    Invasão marca o retorno a uma era que parecia superada nas relações internacionais. Esse retorno só é possível por conta do enfraquecimento da democracia liberal enquanto elemento norteador da política ao redor do mundo

  • A democracia está em retrocesso no mundo?

    A percepção de crise não se reflete em aspectos objetivos como alternância de poder e restrições formais. Se por um lado é sinal de que a democracia resiste, é preciso atenção ao desgaste acumulado

  • A democracia brasileira continua doente

    A probabilidade de ruptura ou violência caiu, mas os problemas continuam. Se Bolsonaro for reeleito, a democracia vai aprofundar seu processo de erosão. Se Lula ganhar, a enfermidade continuará em estado crônico

  • Bolsonaro quer criar um dilema: paz x justiça

    Por trás da ameaça bolsonarista de turbulência institucional está a preocupação em garantir imunidade futura, forçando uma escolha entre paz social e ‘accountability’ 

  • Olavo, as mídias sociais e a polarização globalizada

    Olavo de Carvalho foi talvez o maior importador das tensões políticas norte-americanas para o Brasil. Sua trajetória ilustra como o novo ambiente de mídia engendra polarização e reduz as diferenças entre países

  • AI-tocracias: como tecnologia e autocracia interagem

    Frequentemente, regimes autocráticos têm dificuldade em sustentar inovação tecnológica de ponta. A revolução da inteligência artificial pode apontar um caminho perigosamente diferente, ao alinhar incentivos de controle político e geração de dados

  • Como as mídias sociais afetam a democracia

    Aquilo que parecia tornar as mídias sociais uma arma da democracia pode voltar essa mesma arma contra ela. Os políticos também são produtores de conteúdo, e o resultado tende a ser polarização e desconfiança

  • O impeachment é o caminho mais curto para a democracia

    Jair Bolsonaro não tem incentivo ou inclinação para desarmar a ameaça de violência que ele trouxe para o cenário político. Removê-lo por meio do impeachment é a única opção que permitiria antecipar a reconstrução do equilíbrio democrático

  • Lionel Messi e os desafios da democracia

    O declínio do Barcelona, coroado com a partida do maior jogador de todos os tempos, ensina que as coisas podem sair dos trilhos quando os incentivos dos governantes (e dos eleitores) estão desalinhados com o bem-estar da sociedade

  • A normalidade democrática já foi rompida por Bolsonaro

    O cenário político do Brasil no momento já leva em conta o fato de que um de seus atores centrais, o presidente Jair Bolsonaro, não considera a alternância democrática como a única opção possível

  • ‘Bidenomics’: opção pragmática pelo radicalismo

    A ameaça à democracia liberal personificada no trumpismo fez de um democrata moderado um presidente surpreendentemente ambicioso, e transformou em políticas concretas ideias que até há pouco pareciam radicais

  • O populismo, a incompetência e a preguiça

    A resposta desastrosa do Brasil e de outros países à pandemia ilustra as consequências de uma característica comum a vários líderes populistas: a propensão a minimizar o esforço quando se trata de governar

  • A irrelevância de Trump e a relevância do trumpismo

    A democracia americana mostrou-se forte o suficiente para resistir a Trump, mas não se deve subestimar o risco institucional representado pela guinada anti-majoritária do Partido Republicano

  • Os fundamentos morais de Donald Trump

    A predisposição de eleitores a buscar valores universais ou comunitários ajuda a explicar a popularidade de políticos como o presidente americano

  • O valor das vidas negras e o colapso da quarentena

    A sociedade brasileira se acostumou com a perda precoce de vítimas da violência geral e do Estado. Absorver dezenas de milhares de mortos pelo coronavírus é uma diferença apenas de grau

  • Por que os populistas confessam

    Ao ignorar abertamente normas em prol da própria família, Jair Bolsonaro e Donald Trump criam um dilema para a mídia e a opinião pública

  • Brasil, o país dos cartórios

    Os R$14 bilhões arrecadados anualmente por ofícios de notas são reveladores dos entraves institucionais (e culturais) ao desenvolvimento econômico

  • Por que os populistas são tão afeitos ao esporte?

    Conquistas esportivas podem ter um efeito positivo sobre a identidade nacional dos países. E a construção dessa identidade (em particular, de quem está fora dela) é fundamental para o populismo

  • Devemos nos importar com o que pensa o presidente?

    Se parece evidente que, em um regime presidencialista, as preferências pessoais do presidente são um fator significativo, um pouco de reflexão revela que isso está longe de ser óbvio