O “apagão” que no dia 4 de outubro tirou do ar por longas horas todo o “império” do Facebook pareceu simbolizar o momento negativo por que passa a companhia de Mark Zuckerberg. As denúncias da ex-funcionária Frances Haugen, em rede nacional de TV e perante o Congresso norte-americano, deram mais força à visão de que o Facebook tem sido uma força negativa, amplificando conteúdos polarizadores e nocivos à saúde mental dos usuários.
O mais impressionante deste momento é o contraste com a perspectiva de dez anos atrás. No bojo da “Primavera Árabe” que derrubava regimes ditatoriais no Oriente Médio, a percepção era de que as redes sociais – e o Facebook em particular – eram uma arma poderosa em benefício da democracia.
Não é difícil entender a lógica. O fato é que a indústria de mídia tem uma importância peculiar no cenário político: ela fornece informação, e é através desta que os cidadãos conseguem monitorar seus governantes, e assim puni-los ou recompensá-los por seu desempenho. Não é à toa que ditadores pelo mundo afora sempre procuraram censurar ou capturar os veículos de mídia.