Neste último dia 1º de março, o Rio de Janeiro completou 455 anos desde a sua fundação. Em meio ao descalabro simbolizado pela crise da geosmina e pela quase inacreditável constatação de que o Carnaval carioca está em vias de ser superado por São Paulo, resta pouca dúvida de que a cidade já viveu dias melhores.
É natural, nesse contexto, que os cariocas nos perguntemos como foi possível que o Rio decaísse tanto ao longo das últimas décadas. Parece-me, no entanto, que talvez devêssemos indagar por que o declínio vem sendo tão lento e gradual. Como é que uma cidade e um estado com problemas estruturais tão profundos, e tão mal administrados, ainda não colapsaram inteiramente?
Penso nisso porque a história recente do Rio tem muito em comum com as trajetórias de decadência urbana em várias partes dos Estados Unidos. Tanto no Nordeste como no chamado Meio-Oeste americano, diversos centros urbanos passaram por um mesmo processo.