Em épocas de crise, não faltam exercícios de “futurologia”. Previsões de como funcionarão os “tempos do depois”, análises do “pós” pandemia, e explicações sobre como será uma futura normalidade. Ouvi vários relatos que supõem que seremos mais solidários, que cuidaremos melhor do nosso ócio produtivo, que trabalharemos menos e de forma escalonada, que seremos menos consumistas, que a divisão de gênero sofrerá uma revolução no espaço doméstico, e assim vamos.
Casa não é a mesma coisa que lar (e vice-versa)
Em tempo de isolamento social, é justamente no ambiente doméstico que desigualdades e violências ficam mais explícitas
Lilia Schwarcz é professora da USP e global scholar em Princeton. É autora, entre outros, de “O espetáculo das raças”, “As barbas do imperador”, “Brasil: uma biografia”, "Lima Barreto, triste visionário”, “Dicionário da escravidão e liberdade”, com Flavio Gomes, e “Sobre o autoritarismo brasileiro”. Foi curadora de uma série de exposições dentre as quais: “Um olhar sobre o Brasil”, “Histórias Mestiças”, “Histórias da sexualidade” e “Histórias afro-atlânticas". Atualmente é curadora adjunta do Masp para histórias.
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