Por mais que eu tente me dedicar a escrever colunas mais animadas, digamos assim, a danada da realidade vem me forçando a realizar o oposto. Já faz algum tempo que todo dia é dia de notícia ruim. E o pior, como diz o provérbio,“notícia ruim nunca vem sozinha”.
Se em outra coluna comentei a situação de penúria da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro); em mais outra o corte de verbas do CNPq, já na semana que passou dois novos fatos abalaram a comunidade acadêmica brasileira.
O primeiro, amplamente noticiado, foi o incêndio que consumiu boa parte do Museu Nacional. As chamas pegaram em cheio a área expositiva, os documentos históricos, as coleções etnográficas, de aracnídeos, borboletas, insetos e moluscos. Fósseis e múmias foram igualmente destruídos senão pelas chamas, por conta dos destroços. Isso sem esquecer da biblioteca do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do museu, um programa de excelência, com nota 7, que corresponde ao melhor conceito que se pode obter no sistema brasileiro. Esse era um dos acervos mais completos na área, contando com 37 mil volumes, constituído ao longo de mais de 50 anos.