O movimento liberal no Brasil vive um bom momento. Sei porque passei as últimas semanas frequentando-o, para escrever sobre ele. Fui ao emocionante LibertyCon, dos estudantes libertários de 334 universidades brasileiras, e ao glamouroso Fórum da Liberdade e da Democracia, tipo TED. Encontrei auditórios lotados, plateias empolgadas. Vi rapazes e moças, brancos e negros, falando com paixão de política, juntando o discurso empreendedor ao cívico, orgulhosos da racionalidade de suas ideias, e do bem que acreditam que eles farão a este ineficiente e hipertarifado Brasil. Vi muita gente encher a boca para falar a palavra “liberdade”.
O ambiente nesses lugares quase sempre era de abertura e debate. Assim que cheguei ao LibertyCon, fui saudado por um veterano do movimento, que me garantiu que “aqui você pode dizer suas ideias a qualquer um, não vai ter ninguém gritando, pode ficar tranquilo”.
Uma coisa que chamou minha atenção foi o desconforto da maioria das pessoas com quem conversei com o grupo que se proclama porta-voz da juventude liberal: o MBL (Movimento Brasil Livre). Entrevistei gente que discorda de suas ideias, e acima de tudo de seus métodos, mas releva porque acha importante que eles existam, para manter a esquerda acuada. E também gente que os detesta e acredita que suas ideias estão mais para stalinistas do que para liberais – mas prefere não falar em público, por medo de linchamentos virtuais, a especialidade do grupo.