Eu tenho muito respeito por quem faz samba no Brasil. Mais ainda pelas mulheres negras que conseguiram chegar aos 96 anos de idade defendendo o samba com suor, amor e dedicação, como é o caso da nossa rainha ancestral Dona Ivone Lara.
Não sou uma especialista nem grande conhecedora de sua obra, mas sempre que ouço uma música de Dona Ivone, numa roda de samba ou em casa, me sinto mais forte e com mais coragem para seguir acreditando num Brasil melhor, com condições mais justas para populações que fundaram este país: os negros e os indígenas.
Estamos vivendo num tempo em que o Brasil é o país em que mais se mata no mundo. Onde, também, morrem 30 mil jovens por ano, 2.500 por mês, 82 por dia, sete a cada duas horas. Desses mortos, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticado com armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.