Este artigo, publicado no periódico acadêmico Estudos Históricos, recupera e coloca em diálogo as obras de duas pensadoras importantes que foram deixadas de fora do cânone do período clássico da sociologia: Flora Tristan e Harriet Martineau.
Ambas viveram e atuaram no início do século 19, quando as contribuições de mulheres no campo intelectual eram menos valorizadas. Elas tiveram, portanto, que defender sua participação no debate público e refletir sobre seus lugares como investigadoras da realidade social.
Um legado de Tristan e Martineau está nesse ato de pensar continuamente sobre si ao longo da produção de uma pesquisa, conhecido nas ciências sociais como “reflexividade” — um tipo de habilidade e de prática hoje considerado essencial para uma boa investigação sociológica, mas que era incomum entre os autores homens considerados clássicos.