Este estudo, publicado na revista Conexão, da UCS (Universidade de Caxias do Sul), avalia a presença da mulher negra na literatura e nas artes visuais brasileiras ao longo do tempo. Os autores analisaram obras dos séculos 16 ao 21, considerando como essas mulheres foram representadas, e também a arte que elas próprias produziram.
Os resultados indicam que, pela maior parte da história nacional, a mulher negra geralmente foi caracterizada sem muita consideração a seu intelecto e poder de decisão. Refletindo os costumes de cada período, ficou relegada ao pano de fundo, cumprindo funções estereotipadas de escravizada e trabalhadora doméstica, ou tendo o seu corpo sexualizado. O ponto de virada foi por volta da década de 1980, quando as mulheres negras começaram a ter mais espaço no meio artístico para fazerem uma autorrepresentação, descrevendo a si mesmas pelo seu próprio ponto de vista.