Esta tese de doutorado, realizada na USP (Universidade de São Paulo), examina como a divisão de tarefas domésticas pode influenciar o tempo que indivíduos gastam no deslocamento ao trabalho.
Os resultados da pesquisa indicam que mulheres em casamentos heterossexuais têm sua mobilidade prejudicada pela divisão desigual de responsabilidades domésticas. Devido ao fato de as mulheres frequentemente assumirem a dupla função de provedoras e donas de casa, elas dispõem de menos tempo para o deslocamento do que os homens. Isso faz com que elas tenham que trabalhar em locais próximos a suas moradias, limitando a possibilidade de procura por melhores condições empregatícias.
Casais homossexuais, em contrapartida, registram tempos de commuting mais parecidos — evidência de que o afrouxamento de papéis de gênero tradicionais associados ao trabalho doméstico pode proporcionar maior igualdade nos deslocamentos.